sábado, 5 de novembro de 2011

Amor e trânsito

Me passa pela cabeça e depois desce pelo pescoço invadindo tudo que é lugar de mim. Me passa a idéia do amor vagante, do amor transeunte, trecheiro, andarilho.
Das ruas largas e calçadas mais largas ainda onde passeiam olhares que se cruzam e se descruzam, se cruzam e se descruzam, formando uma teia viva de momentos que se acendem e se apagam com a rapidez e brilho das cores dos faróis.
Há que se ter muito tempo para amar? Quanto?
Há que se ter uma casa arrojada e uma mesa muito bem arrumada para amar? Onde?
Há que se ter um encaixe perfeito, uma forma correta para amar? Qual?

Verbo intransitivo, quem não te quer?
E transitar até altas horas da madrugada a te buscar. Ou um arremedo. Ou um flerte. Ou um qualquer coisa.

Eduardo Bartolomeu

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